Meillyn Lemos
Você está na ventania ou na calmaria no momento?
Levanta a mão a família que está conseguindo "curtir" a pandemia como se estivesse em férias?
Vamos combinar que não ter o relógio despertando a todo tempo por conta dos afazeres do dia a dia e principalmente pelo corre corre com as atividades dos filhos é muito bom não? Claro que é! Mas vamos combinar também que estarmos sem a rotina já estabelecida há tempos de forma automática também incomoda muito a nossa capacidade de equilibrar as emoções. Infelizmente as pessoas precisam ter suas agendas ocupadas para se sentirem úteis e felizes por estarem cumprindo suas obrigações, que as vezes nem sabem qual é o propósito.
Pois bem, a pandemia quebrou essa característica em todos nós, sim em todos, pois mesmo aqueles que já faziam home office, hoje estão sofrendo já que toda família está em "home", seja com trabalho, seja com diversão para aqueles que têm filhos como eu, e aí a produtividade cai inevitavelmente.
Qual é então o reflexo disso tudo? Estresse instaurado! Algumas famílias com o tipo do estresse pontual, que é só pelas aulas online dos filhos, outras famílias pelo tipo do estresse comercial, já que muitos possuem comércio e não estão vendendo e lucrando o pão do dia a dia, outras famílias com o tipo do estresse porque a doença do vírus pegou algum ente querido.
E aí aquela frase atual: Todos estão no mesmo barco? Errado! Claro que não! A resposta certa é: Todos estão na mesma tempestade sim, porém em barcos bem distintos!
É nessa hora que a saúde mental é explicitamente clara pois surge num reflexo de reações jamais manifestada antes, ou se era, ninguém tinha tempo para prestar atenção nisso.
E por que a saúde mental ou a Psicologia propriamente é tão importante neste momento?
Pra quem sabe da importância em cuidar da saúde mental, parece muito simples passar pela tempestade como um dia qualquer, mas para quem não tem esse olhar pra si, essa tempestade pode fazer muitos estragos. A Psicologia está no seu momento mais significativo da atualidade. Sua área de estudo abrange toda a capacidade de conexão dos nossos sentimentos com as ações que precisamos ter frente a um obstáculo. A ciência do comportamento humano instiga no ser humano o resgate do inconsciente para o presente e desta forma ter controle sobre o que sentimos é fundamental para o equilíbrio emocional.
E o que fazer num num momento como esse do qual estamos sem enxergar a "terra a vista" e sem saber quanto tempo vai durar essa viagem da qual nem queríamos ter comprado a passagem?
Essa é a pergunta que escuto quase diariamente e que também já me fiz por várias vezes.
Mas a boa notícia é que não existe a resposta certa. Para cada vivência existe uma resposta e essa resposta precisa ser coerente com o conforto emocional atual de cada um de nós. Essa resposta precisa ser legítima ao seu estado emocional do dia, pois é um dia após o outro que vamos ter o controle para sobreviver nesta jornada.
Cada vez mais profissões que trabalham a mente humana na questão autoconhecimento, permite que grandes avanços pessoais sejam concretizados. A Psicologia surge no momento atual como a ferramenta com o maior acesso de qualidade de vida, ou seja, se hoje você faz terapia você possui condições de lidar com a tempestade como forma de evolução e não como tragédia dada.
Aliás, não é durante uma tempestade que o vento leva embora o caos? Precisamos ter a capacidade de aprender a respeitar nossas emoções que se manifestam por cada ação que criamos. É momento de criar sim, de inventar, de fazer coisas que não fazíamos antes por não podermos ou por falta de tempo ou por não conseguirmos ter aquele olhar interno.
Com a Psicologia que estuda exatamente como o ser humano funciona sobre seus sentimentos e emoções, é que torna possível um melhor trabalho de desenvolvimento pessoal, autoconfiança, destreza consciente e claro, aquele poder pessoal que precisamos ter para sobrepor os obstáculos de viver.
E aí eu te pergunto, você faz terapia? Eu tive uma procura pela terapia muito grande neste último período com a quarentena, tanto pelo desconforto da reclusão obrigatória, como pelo medo de adoecer e realmente eu tenho percebido que a terapia tem motivado as pessoas de forma mais aceitável e coerente, deixando o autocuidado fazer parte do dia a dia. Como a Adri fala, "A terapia deveria ser como cesta básica, uma prioridade essencial para a nossa convivência consigo mesmo e também para com os outros".
A terapia para mim, também tem sido um suporte emocional maravilhoso nesse tempo de reclusão. Pois através do contato com outras pessoas tenho percebido o quanto é essencial compartilhar sentimentos e desta forma nos fortalecemos também com as diferenças e experiências de cada um.
Será através das nossas novas percepções que iremos conseguir nos conectar com esse sentimento estranho e instável que surge inesperadamente, mas também que nos protege. Por isso precisamos aprender a nos livrar deste sentimentos, até porque morrer no meio da tempestade pelo barco afundado é deixar que a força interna que possuímos seja destruída gratuitamente.
Cada um de nós é corresponsável pelas reações expressadas perante este novo momento que estamos passando. Momento inacreditável e interessante ao mesmo tempo e é através do novo e do desconhecido que conseguimos aceitar e driblar os medos inconscientes que nos impedem de crescer.
Portanto, levante, invente e seja feliz buscando sempre a terra mais linda e segura!
Meillyn Lemos